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As Decisões do COPOM e FOMC em 19/03/25 e Seus Impactos no Mercado

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil COPOM e o Federal Open Market Committee FOMC divulgaram recentemente suas decisões de política monetária. Ambas as instituições mantêm como foco o controle da inflação, mas com abordagens distintas, refletindo suas realidades econômicas.

Nos Estados Unidos, o FOMC manteve a taxa de juros entre 4,25 e 4,50 por cento, ressaltando a incerteza no cenário econômico e a necessidade de avaliar dados futuros antes de qualquer ajuste na política monetária. O Banco Central americano reforçou seu compromisso de manter uma postura restritiva até que a inflação convirja de forma sustentável para a meta de 2 por cento.

Já no Brasil, o COPOM adotou uma postura mais agressiva ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 14,25 por cento ao ano. A decisão veio em resposta à persistência da inflação acima da meta e à deterioração das expectativas futuras captadas pela pesquisa Focus. O Banco Central brasileiro deixou claro que o ajuste pode continuar, mas em menor intensidade, dependendo da evolução dos indicadores.


O que essas decisões significam para os mercados

Do ponto de vista do investidor, a decisão do FOMC sugere uma estabilidade maior nos rendimentos dos ativos de renda fixa nos Estados Unidos, enquanto a alta da Selic no Brasil impacta diretamente os preços dos títulos públicos e o custo do crédito. Para entender melhor esses efeitos, foram desenvolvidas algumas análises quantitativas e dashboards interativos que auxiliam na visualização da dinâmica dos juros, inflação e outras variáveis macroeconômicas.


Juro Real e Juro Neutro

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Um dos gráficos analisados compara o juro real ex-ante com o juro neutro estimado via filtro HP. O juro real representa a taxa de juros descontada da expectativa de inflação dos próximos 12 meses, enquanto o juro neutro é uma estimativa da taxa que equilibra a economia sem gerar pressões inflacionárias ou recessivas.

Os dados mostram que o juro real atual está acima do juro neutro, indicando que a política monetária segue contracionista. Essa diferença impacta diretamente o crescimento econômico e o apetite ao risco por parte dos investidores.


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Volatilidade e Duração Modificada de Títulos Públicos

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Outro estudo analisou a volatilidade dos títulos públicos, como as Letras do Tesouro Nacional LTN, além de calcular a duração modificada e convexidade desses ativos. Essas métricas são fundamentais para gestores de carteiras e analistas de risco, pois indicam a sensibilidade dos preços dos títulos a mudanças na taxa de juros.

O gráfico de volatilidade demonstra que houve aumento expressivo na oscilação dos preços das LTNs desde o final do ano de 2024, evidenciando a incerteza do mercado em relação ao ciclo de juros.


Inflação e Núcleos do IPCA

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A inflação segue como o principal desafio da política monetária no Brasil. A comparação entre o IPCA acumulado e a meta de inflação do Banco Central mostra que, apesar de momentos de convergência, a inflação persiste acima do desejado.

A análise dos núcleos do IPCA, que excluem componentes mais voláteis, revela um padrão de resiliência na inflação de serviços, o que reforça a necessidade de uma política monetária mais rígida. Esse ponto é crucial para investidores que buscam entender a trajetória futura dos juros e seus impactos no mercado de renda fixa.


Déficit Público e Transações Correntes

Outro ponto de destaque é o déficit público acumulado em 12 meses e o comportamento das transações correntes. O gráfico de transações correntes versus investimento direto mostra uma tendência de deterioração no saldo externo, o que pode pressionar ainda mais o câmbio e afetar a política monetária.

A relação entre endividamento público e taxa de juros também não pode ser ignorada. A elevação da Selic aumenta o custo da dívida do governo, limitando a capacidade de estímulo fiscal em momentos de desaceleração econômica.


Considerações finais

A decisão do COPOM foi mais dura do que a esperada pelo mercado, indicando que o Banco Central prioriza o combate à inflação mesmo diante do impacto negativo sobre o crescimento e já sinalizou um possível aumento em Maio, o que não está 100% no preço como é possível ver no Dashboard dos Contratos de Opção de COPOM da B3. Já o FOMC optou por um posicionamento mais cauteloso, aguardando mais dados antes de tomar novas decisões.

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Para investidores, a elevação da Selic reforça a atratividade dos títulos de renda fixa no Brasil, mas também traz desafios para a bolsa de valores e setores sensíveis ao crédito. Nos Estados Unidos, a estabilidade da taxa de juros sugere que o mercado deve permanecer atento a sinais de enfraquecimento da economia que poderiam antecipar cortes nas taxas.


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